Roda de Conversa sobre o tema “Gênero”, durante o Encontr Regional de Educandos.
Educação Popular em Direitos Humanos foi o enredo das prosas e versos durante o mês de setembro nas turmas do Projeto MOVA-Brasil 7ª etapa.
Os debates em salas culminaram no V Encontro de Educandos do Núcleo Portal do Sertão (Polo Bahia), realizado dia 21 de outubro de 2015, das 8:00h às 12:30h. O encontro aconteceu em espaços cedidos pelo parceira Igreja Batista Nova Alvorada (Avenida Maria Quitéria, 3006 – bairro da Queimadinha, Feira de Santana-BA), através do padre Jônatas Câmara Leite. Ele participou tomando o café da manhã com os presentes e com suas palavras de boas-vindas e incentivo aos cinquenta participantes.
O padre Jônatas Câmara Leite dá as boas-vindas aos presentes.
Reunidos na “Palhoça”, os parceiros testemunharam a celebração da autonomia, do resgate dos direitos humanos e da libertação de muitos educandos, que entoaram emocionadamente o hino nacional brasileiro, afirmando convictos: “ Verás que um filho teu não foge à luta”.
“Sou parceiro do Projeto MOVA Brasil há quatro anos porque acredito que a educação popular é a ferramenta que poderá libertar o povo da opressão, fruto dos ranços históricos da desigualdade social e de todo tipo de preconceito – através da alfabetização popular poderemos mudar os rumos do nosso pai”. (palavras de boas-vindas e incentivo do padre Jônatas Câmara Leite).
Roda de Conversa sobre Igualdade Racial.
Dentre outros pontos de pauta houve rodas de conversas sobre os eixos propostos: “Identidade Étnico-racial”; “Gênero”; “Socioambiental” e “Continuidade na EJA”, ponto principal e momento em que os educandos trocaram os seus saberes e socializaram as suas necessidades enquanto pessoas e comunidade, falando dos seus sonhos enquanto estudantes e fazendo suas propostas enquanto cidadãos.
“Eu estava na minha casa pensando que a vida tinha terminado para mim…quando conheci o MOVA Brasil eu ressuscitei, passei a acreditar que tinha muito pra fazer na vida e que era possível fazer por mim, pela minha família e por minha comunidade – eu ressuscitei mesmo! Hoje eu sou outra pessoa, não prometo ir pra faculdade, mas até o ensino médio eu vou.” (educanda Maria José Ramos Araújo – São Bento/Amélia Rodrigues-BA).
Após o segundo momento das rodas de conversas, educandos escolhidos para participarem da mesa de discussões e apresentação das propostas deram grandes contribuições que evidenciaram o MOVA Brasil e os seus propósitos como algo efetivo para novos aprendizados na vida dos mesmos. Alguns surpreenderam a todos com seus depoimentos de vida, de aprendizado e de coragem para continuar na luta cidadã como estudantes e participantes ativos da comunidade.
A educanda Simone Lima Barreto (Turma Moita da Onça I – Distrito da Matinha) dando seu relato durante o encontro.
Na plenária, a educanda Simone Lima Barreto (Turma Moita da Onça I – Distrito da Matinha) abordou a temática “Identidade Étnico-racial”, destacando que abandonou a escola muito nova, mas acredita que todos somos iguais diante de Deus e das leis e afirmando que temos que acabar com o sofrimento do povo:
“Agora, a oportunidade que MOVA-Brasil me deu me fez pensar e ver como posso aprender muitas coisas e com essas coisas lutar pelos direitos e para continuar estudando no EJA, terminar meus estudos e lutar pela minha comunidade tão sofrida” (educanda Simone Lima Barreto, Turma Moita da Onça I – Distrito da Matinha).
A educanda Simone apresentou ainda como proposta construída no encontro que “os meios de comunicação de Feira de Santana-BA falem mais sobre os direitos das pessoas, do cidadão, e que nas escolas as crianças e adolescentes aprendam sobre preconceito étnico-racial”.
A professora popular Sidneia Pedreira.
Outro momento de aprendizado para todos os presentes foi o diálogo trazido pela professora popular convidada pelo núcleo a participar do encontro, Sidneia Pedreira, que falou sobre o pensamento de Paulo Freire destacando as palavras “invenção”, “reinvenção” e “busca”, que em momentos posteriores foram usadas pelos educandos:
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“O conhecimento exige uma presença curiosa do sujeito em face do mundo. Requer uma ação transformadora sobre a realidade, demanda uma busca constante. Implica invenção e reinvenção”.
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A presença dos parceiros foi notória e, quando lhes foi cedido uso da palavra ao final do encontro; incentivaram, valorizaram e elogiaram o trabalho realizado pelo Projeto MOVA-Brasil.
O encontro foi encerrado com agradecimentos e o com a execução do Hino de Feira de Santana (“Princesa do Sertão”), polo territorial de referência por abrigar a todos, ser de fácil acesso (é uma cidade localizada num entroncamento) e ter em seu “coração” o povo sertanejo, de sentimento acolhedor.
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