Análise de conjuntura marca o segundo dia da Formação Inicial

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Moacir Gadotti (IPF) e João Antônio de Moraes (FUP)

O segundo dia da Formação Inicial de equipes de polo e articulação social (5 de maio) foi marcado pela análise de conjuntura econômica, política e social realizada por João Antônio de Moraes e Moacir Gadotti, sob a coordenação de Francisca Pini.

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João Antônio de Moraes

Moraes é liderança sindical e atua na Federação Única dos Petroleiros na área de relações internacionais. Para ele, analisar a conjuntura é uma necessidade constante para que saibamos nos situar. “O velejador que não sabe aonde vai, qualquer vento atrapalha.”

“O mundo vive uma substituição do poder hegemônico que foi exercido, por um longo período, em nível mundial pelos Estados Unidos. Nesse cenário internacional, países como China e Índia tem ampliado seu espaço e demonstrado força econômica.”

“Nos últimos 10 anos, o papel político do Brasil no cenário internacional, especialmente na América Latina, tem sido fundamental a partir da eleição de governos populares democráticos.”

Outra questão abordada foi à relação entre a estratégia de desenvolvimento do país e a exploração dos recursos naturais. “O Brasil é uma das poucas nações que concentra a riqueza de recursos que são disputados no mundo, como a água, o petróleo e gás.”

“Temos o desafio de defender a soberania energética com a exploração do pré-sal pela Petrobras que é uma empresa do povo brasileiro, o Fundo Social de Investimento pré-sal e a distribuição dos royalties que tem recursos destinados a saúde e educação. Opomos-nos à precarização do trabalho e à agenda retrógrada da direita que tem ganhado espaço na pauta do Congresso, como a Redução da Maioridade Penal”, disse Morais

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Moacir Gadotti

O professor Moacir Gadotti, tem uma trajetória na Univeridade, foi professor de filosofia da PUC/SP, Unicamp e USP, todas no Estado de São Paulo. É presidente de honra do Instituto Paulo Freire. Tem sua história vinculada aos Movimentos de Defesa da Educação Pública e de Qualidade, sempre na defesa da luta pela efetivação de uma concepção de educação popular e de jovens e adultos. Em sua análise, apontou os rebatimentos para a educação a partir da atual conjuntura. Em relação à crise política nacional, sinalizou a defesa da reforma política sem financiamento de campanha das empresas privadas.

“Avançamos na distribuição de renda, do acesso a serviços, mas a disputa de projeto político passa pela necessidade de inclusão das pessoas, a partir da fazer formação política para a conscientização e emancipação. Está é a importância estratégica da educação para construir o país que queremos. As escolas precisam estudar política.”


FormacaoInicialEquipePoloArticulador_CaucaiaCE_050515 (95)“Precisamos refletir sobre o ódio de classes, que é muito mais complexo do que a luta de classes. O ódio de classes é algo mais recente no país. Temos muitos casos de intolerância, de preconceito e insatisfação dos ricos que não querem dividir seus benefícios. A disputa atual é de projeto de sociedade, daí temos que nos organizar e ir às ruas.”

“Para a educação temos como desafio a implementação do Plano Nacional de Educação (PNE), e o cumprimento das metas relacionadas à alfabetização, a exemplo das metas 9 e 10. Há um preconceito com a EJA, como é notado na expressão “alfabetização na idade certa”. Intriga que o número de analfabetos praticamente não reduziu nos últimos 10 anos, mesmo tendo o Programa Brasil Alfabetizado. A Comissão Nacional de EJA – CNAEJA tem discutido a necessidade de retorno da sociedade civil nas ações de alfabetização, bem como, que o MOVA seja adotado como metodologia para as políticas públicas de alfabetização do país.”

“O mote do Governo de construir uma Pátria Educadora é para nós uma convocatória, pois precisamos debater e incluir nessa discussão a educação popular. Mesmo como todos os desafios, temos a convicção de que o caminho certo é a educação emancipadora, com o viés político-pedagógico e o fortalecimento da sociedade civil”, disse Gadotti.

Os participantes destacaram que não existe neutralidade na educação e o papel de formação política do MOVA-Brasil. Cidadania, trabalho e educação são os temas que precisam estar na pauta de estudos e formação, assim como a discussão sobre a matriz energética – petróleo e gás, inclusive nas redes sociais.

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Sonia Couto, uma das autoras do livro.

Dentre as demais atividades garantidas no decorrer da formação, ocorreu o lançamento do livro sobre Formação Profissional no Projeto MOVA-Brasil, que é a culminância de um trabalho que vem sendo desenvolvidos nos últimos três anos do Projeto sobre a formação profissional dos educandos, sustentado pelo tripé – alfabetização, direitos humanos e trabalho.