Encontros de Educandos e Educandas do Maranhão: A luta para conquistar direitos!

Encontro Municipal de Educandos (as) de São Francisco do Maranhão, realizado no dia 041115

Encontro Municipal de Educandos(as) de São Francisco do Maranhão-MA.

De 16 de Outubro a 4 de novembro de 2015 ocorreram os Encontros Municipais e Regional de Educandos (as) do Polo Maranhão.Os encontros foram realizados na Igreja Presbiteriana do Brasil, em Timon-MA, com a participação de educandos das turmas do Núcleo Timon no Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Matões, do Núcleo Parnarama/Matões, e do Núcleo São Francisco, no Clube das Rosas em São Francisco do Maranhão (das 8h às 12h).

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A assistente pedagógica Dalila Calisto durante o Encontro Regional de Educandos no Núcleo Parnarama, em Matões-MA.

No total, participaram 77 educandos, 40 educadores(as), 14 parceiros locais (entre eles, o MAB – Movimento dos Atingidos por Barragens e o MOQUIBOM – Movimento Quilombola do Maranhão), equipe de polo e outras pessoas das comunidades atendidas pelo Projeto nesta etapa. Nos três encontros destacou-se a denúncia acerca das condições de vida do campo e da cidade. Educandas e educandos ressaltaram a falta de acesso a direitos fundamentais que, apesar de assegurados pela Constituição Federal não vêm sendo garantidos para todas as pessoas.

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Entre os principais direitos reinvindicados pelas comunidades representadas nos encontros destacam-se o acesso à água potável; energia elétrica de qualidade para todas as residências; implantação de postos de saúde no campo; melhoria no atendimento do SUS e oferta de EJA nas comunidades, já que 88% das localidades atendidas ainda não dispõem dela.

Durante os encontros, educandos e educandas apresentaram propostas visando melhorias no acesso às políticas públicas e elaboraram ações conjuntas de mobilização e intervenção social em nível municipal e estadual.

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O educando Adelino Ceia, no Encontro Municipal de Educandos(as) de São Francisco do Maranhão-MA.

A seguir são apresentadas algumas das propostas, que serão amplamente discutidas durante o II Encontro Estadual de Educandos e Educandas, que será realizado no dia 10 de dezembro de 2015 no Centro de Treinamento Professor Wall Ferraz, na cidade de Timon-MA:

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  • Perfuração de poços tubulares.
  • Ampliação e reforma dos sistemas de abastecimento da água.
  • Melhoria no fornecimento e universalização na distribuição da energia elétrica.
  • Instalação de novos transformadores de energia elétrica em algumas comunidades.
  • Construção de postos de saúde.
  • Melhoria no acompanhamento realizado pelos agentes de saúde às famílias.
  • Reforma na infraestrutura das unidades escolares.
  • Construção e ampliação de escolas no campo.
  • Acesso à educação no/do campo em todas as etapas da vida.
  • Permanência do acesso e continuidade dos estudos na EJA.
  • Construção de estradas vicinais.
  • Construção de pontes onde há presença do rio.

Confira abaixo alguns dos depoimentos registrados durante os encontros:

“A minha comunidade nunca tinha visto nenhum Projeto como o MOVA-Brasil. Esse Projeto tem mudado a cada dia a vida das comunidades, que agora estão se mobilizando para conseguir os seus objetivos, que é a melhoria  da vida”.

(Francisca Maria, liderança religiosa e parceira local do Núcleo de Timon-MA).

“Esse projeto foi muito bom. Porque eu sabia um pouco, mas o meu esposo ainda não sabia ler. E hoje ele não pode ver uma palavra que ele já começa a ler. Ele está muito feliz!”

(Educanda Francinete Alves da Silva Bezerra, 41 anos, Turma Planalto Boa Esperança, Município Timon-MA).

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A educanda Francinete Alves da Silva Bezerra durante o Encontro em Timon-MA.

“Este encontro é um momento para a gente se expressar diante de algumas situações do nosso dia a dia”

(Antônia Barros, representante do Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Parnarama-MA e parceira local do Projeto MOVA-Brasil).

“Eu quero falar em primeiro lugar do Projeto. O Projeto foi muito importante para a comunidade quilombola Tanque da Rodagem. Muita gente não compreende os seus próprios direitos, e o projeto tem feito as pessoas compreenderem o que significa comunidade, o que é viver no campo. Lá se perguntou “o que vocês gostariam de ver na comunidade?” Eles foram lá e desenharam ou escreveram um poste e uma luz. Desenharam aquilo que desejam viver!”

(Educando Antônio Edmilson da Conceição, 43 anos, Turma Tanque da Rodagem, Município Matões-MA).

“Toda vez que nos sentirmos prejudicados no atendimento a esses direitos, nós devemos ir reivindicar. Não é pedir. É reivindicar. Por que são direitos garantidos por lei. Nós somos tratados aqui como imigrantes. Nós não somos imigrantes. Somos brasileiros!”

(Educando José Aldenir Medeiros, 62 anos, Turma Tanque da Rodagem, Município Matões-MA).

 

“Tive muita vontade de estudar. Mas, naquele tempo o estudo era a roça. A coisa que eu mais tinha vontade de fazer no mundo era estudar. De ser um sabedor. Antes quem fazia o ginásio era quase um doutor, hoje quem tem o ensino médio ainda é quase analfabeto”.

(Educando Antonio Luis Barros, 56 anos, Turma São Bento, Município São Francisco do Maranhão-MA).

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O educando Antonio Luis Barros representando os educandos na mesa de abertura do Encontro.

 “O MOVA é uma coisa mexendo com o Brasil”.

(Francisca Maria, parceira local do Projeto MOVA-Brasil e representante da Associação de Moradores do Povoado Baixão Grande, Município de Parnarama-MA).

“A primeira coisa mais importante do mundo é gente. A experiência que o MAB vem desenvolvendo ao longo de sua história é interessante. Trata-se de valorizar as pessoas e incluí-las onde o sistema as exclui. É colocar as políticas públicas a serviço da vida. Das pessoas e não do mercado”

(Sr. Raimundo, Militante da Coordenação Regional do MAB – Vale Parnaíba).

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Sr.Raimundo, militante do MAB, durante a mesa de abertura do Encontro Municipal de Educandos em São Francisco do Maranhão-MA.

“Sou Maria Batista dos Pachecos e me orgulho de ser educanda da Turma Boa Vista. Tenho 10 filhos, 13 netos. E a única coisa que não me deixa feliz é a realidade da minha comunidade. Temos um problema muito sério na comunidade, que é a falta frequente de energia. Passa de oito dias sem energia. Hoje estou aqui com muito orgulho e preciso ir muito mais adiante”.

(Educanda Maria Batista dos Pachecos, 55 anos, Turma Boa Vista, Município São Francisco do Maranhão-MA).

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A educanda Maria Batista dos Pachecos dá seu relato durante o Encontro de Educandos em São Francisco do Maranhão-MA.