Equipes dos polos do Projeto MOVA-Brasil estudam sobre gênero e diversidade

Curso Gênero

No último dia 24 de setembro, as equipes de Polo e coordenação pedagógica nacional realizaram um chat na plataforma Moodle para aprofundar as reflexões e o estudo sobre  Gênero e Diversidade.

Este curso acontecerá no período de 14 de setembro a 20 de novembro de 2015, com um total de 20 horas, e é destinado às equipes de polo do Projeto MOVA-Brasil. Estão participando aproximadamente 37 pessoas, por meio da Educação a distância: ead.paulofreire.org. Estão previstas atividades orientadas e chat online, sempre às quintas feiras.

No primeiro módulo: Processo histórico e luta das mulheres, as educadoras responsáveis foram Dalila Calisto assistente pedagógica do polo MA e Simone Lee.

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O primeiro módulo abordou o processo histórico e a luta das mulheres, tendo como base o texto de Michela Katiusca Santos: “A construção social do ser mulher”. Os participantes do chat discutiram as questões e desafios das luta das mulheres tendo como mote as vivências e necessidades no Projeto MOVA-Brasil.

Questões como a percepção dos educadores(as) quanto à desigualdade de gênero no dia a dia, as formas como a educação pode contribuir na desconstrução dessas relações de subalternidade foram debatidas com riqueza. Os participantes trouxeram problemáticas como o processo histórico/religioso embutido nos discursos do gênero:  discurso que se materializa no patriarcado, no capitalismo e no cristianismo e determinam as diferenças entre homens e mulheres. Dentro do Projeto MOVA-Brasil os participantes conseguiram visualizar diversos momentos em que o discurso machista dificulta o acesso de educandas ou impede que as monitoras possam trabalhar.

Um exemplo é a não autorização do marido. Outro exemplo importante do quanto o machismo é presente e nocivo são as histórias de vida das educandas que relatam que o pai ou o marido as proibiram de estudar por acreditar que por serem mulheres não precisavam ser alfabetizadas. Destas constatações ficou o desafio para o Projeto MOVA-Brasil: como transformar essas histórias de vida em conteúdos de reflexão no processo de alfabetização do MOVA?

O encontro debateu ainda os empecilhos e problemas que religiões conservadoras reprodutoras do discurso sexista causam na vida de diversas mulheres e a construção social da inferioridade da mulher pautada na ciência, mostrando que as instituições (Igreja, Estado, Ciência) têm como base a desqualificação do sexo feminino. Estas instituições só se alteram quando a mulher entra no campo da ciência e contesta a “naturalidade” de sua inferioridade. Um outro ponto abordado foi o quanto o sistema capitalista está ligado à opressão das mulheres, e a transformação da vida da mulher e de suas relações em mercadoria.

A atuação das equipes de Polo, dos coordenadores e monitores deve caminhar por atividades em formações e em sala de aula que desconstruam as desigualdades e que alcance todos nesse processo e não somente monitoras e educandas.

O grupo levantou a importância da Leitura do Mundo na percepção dos problemas de gênero nas comunidades onde o Projeto atua. É importante que as equipes de polo consigam consolidar estratégias que desconstruam as desigualdades de gênero, seja por meio de questões problematizadoras, ações na comunidade e até mesmo pelo viés profissional e os encaminhamentos para a formação profissional.

Próximos encontros

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