No dia 7 de dezembro de 2015, Rodrigo Silva (coordenador pedagógico nacional) e Dalila Calisto (assistente pedagógica do Polo Maranhão) realizaram visita à turma de alfabetização do Projeto MOVA-Brasil instalada na comunidade Planalto Boa Esperança, localizada na periferia cidade de Timon-MA.
Com o objetivo de desenvolver a alfabetização dos(as) educandos(as) com relação às aprendizagens de leitura, escrita e dos direitos sociais das populações atingidas por barragens, a monitora Maria das Dores lançou algumas questões problematizadoras para a turma a partir do texto formativo do Movimento de Atingidos por Barragens (MAB), para que refletissem criticamente sobre o conteúdo apresentado e escrevessem suas respostas no caderno.
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Questões como “De acordo com a sua opinião, quais foram as causas da tragédia na cidade de Mariana?” e “Segundo o IBAMA o rompimento da barragem de Mariana, foi a pior tragédia no Brasil. Para vocês quais as principais consequências desta tragédia ao meio ambiente?” proporcionaram momentos de debate na turma e situações desafiadoras para que os educandos registrassem no papel as suas opiniões.
Ressalta-se durante a visita a intervenção da assistente pedagógica do Polo MA, Dalila Calisto, que, como militante do MAB, conseguiu garantir uma reflexão mais ampliada sobre a realidade e os desafios das populações atingidas por barragens, abordando principalmente os principais responsáveis pelo crime ambiental na cidade de Mariana-MG.
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Destacamos a seguir os depoimentos de alguns educandos sobre os impactos da participação no Projeto MOVA-Brasil em suas vidas:
“Eu me chamo Zé Maria. Estou me desenvolvendo aos poucos no Projeto. No início, ela teve muita paciência com a gente, e até hoje ela tem paciência com a gente. Na época de 70 tinha dia que a gente ia pra escola, tinha dias que a gente não ia porque faltava caderno, lápis, tinha que ir trabalhar. Hoje todo mundo tá tendo a chance de estudar”. (Educando José Maria Rodrigues Vieira, 57 anos).
“Nós é difícil conseguir se alfabetizar. Hoje, graças a Deus, eu escrevo palavras que com essa idade eu não sabia o que era. E, ainda mais, a gente se alegra mais”. (Educanda Noeme Lopes Carvalho Pereira, 73 anos).
“Meu nome é Deuselina. Eu nunca tinha estudado. Não escrevia nada. Hoje eu já coloco o meu nome, ligo… o povo dizia que nessa idade eu não aprendia mais, que papagaio velho não aprende”. (Educanda Deuselina Alves do Nascimento, 68 anos).