Polo Alagoas – Uma educação que parte dos saberes e necessidades do povo

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A Organização das Cooperativas Brasileiras do Estado de Alagoas (OCB-AL) e o SEBRAE de Alagoas são importantes parceiros do Polo Alagoas.

Das 45 turmas instaladas no Polo Alagoas, 38 localizam-se no campo, onde predomina o púbico feminino.Essas mulheres têm o objetivo de serem protagonistas de própria história de luta e resistência, buscando novas relações entre os seres humanos e deles com a natureza.

O núcleo “Vencendo Desafios”, composto pelos municípios São Luiz do Quitunde e Flexeiras, é liderado por Vanilda Vanderlei, militante do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), e é um exemplo muito próximo de organização e resistência popular que resulta num trabalho de libertação da opressão e da discriminação.

Nessa parceria com o Movimento foram articuladas turmas por  meio da Cooperativa de Agricultura Familiar e Empreendedorismo Rural – Cooperafer, um trabalho recente que surgiu com 13 mulheres e hoje se estendeu para toda a comunidade do assentamento.

Além das aulas de alfabetização, a comunidade segue ampliando suas conquistas de forma conjunta com os cursos de formação profissional, como no caso do beneficiamento da macaxeira, um produto cultivado através da agricultura familiar pelos próprios educandos e que encontrou, por meio do curso, possibilidade de comercialização. É importante ressaltar que, para muitas mulheres, não se trata de um novo aprendizado, mas sim do aperfeiçoamento daquilo que já sabem – com a produção em escala e a utilização de instrumentos beneficiando em muito o resultado final. Os cursos estão sendo oferecidos pela Organização das Cooperativas Brasileiras do Estado de Alagoas (OCB-AL) e do SEBRAE de Alagoas, que está financiando os cursos de associativismo e empreendedorismo.

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Os saberes postos em prática durante os cursos são utilizados para transmitir conhecimentos de matemática, oralidade, leitura e escrita durante as aulas.

Todo esse processo é acompanhado pela educadora Claudineia Pereira, em São Luiz do Quitunde. Cláudia, como é conhecida, aproveita os saberes compartilhados nos cursos (que ocorrem em horários que não entram em conflitos com as aulas, em períodos diferentes) e utiliza as receitas dos pratos doces e salgados para trabalhar conhecimentos matemáticos (como medidas de peso e volume), oralidade, leitura e escrita.

“A partir dos textos de receitas já conhecidas pelos educandos, trabalhamos com o reconhecimento de palavras como macaxeira, massa puba, ovo, açúcar e outras.

A monitora afirma que aliar formação profissional à EJA, partindo da alfabetização, é motivante para os educandos:

“Principalmente quando temos ações articuladas, pensando na comercialização desses produtos e na continuidade dessa escolarização, tão importante para todos nós, onde uma ação não pode suprimir a outra”, finaliza.