Nos dias 22 a 24 de setembro ocorreu a 2ª Formação Continuada de Monitores e Coordenadores locais no hotel Alecrim, em Caxias/MA. A formação deu início com uma mística, que tratava do processo de negação dos direitos das mulheres, o patriarcado e as principais conquistas alcançadas, entre elas, o direito a estudar. A questão de gênero é um dos temas geradores, identificados na Leitura de Mundo, da grande maioria das turmas do Polo Maranhão, tendo em vista que, 61,3 % dos alfabetizandos são mulheres.
Após a mística, foi realizada com as monitoras a oficina A minha vida no campo, cuja finalidade é dialogar e refletir sobre como vivem as pessoas do campo, desde a infância até a fase idosa, de modo que, todos percebessem a gravidade da negação de direitos no campo e a condição subalterna das populações camponesas ao longo dos anos.
Durante a exposição dos trabalhos, um dos direitos mais citados foi a o acesso à educação, sendo um dos direitos mais violados pelo estado. O índice do analfabetismo no campo é três vezes maior do que na cidade, atingindo 23,3% dos camponeses, quilombolas e ribeirinhos, enquanto que, na cidade o índice é de 7%.
Em seguida, iniciou-se um círculo de cultura para aprofundar as questões apontadas nas apresentações dos grupos sobre a temática Educação do Campo. Para esse momento foi utilizado o texto Educação básica do Campo, de Lia Maria Teixeira de Oliveira e Marília Campos.
O segundo dia de Formação foi dedicado ao estudo e reflexão das questões que envolvem o planejamento pedagógico, a prática alfabetizadora e as aprendizagens dos educandos. Destaca-se o debate em torno da compreensão sobre a articulação entre os saberes, os interesses dos educandos e os conhecimentos, tido como universais e sistematizados pela humanidade.
Também foi realizada uma oficina em grupos, tendo como referência o texto O fluxo de pessoas na economia brasileira. Para cada grupo foi distribuído um conteúdo relacionado às disciplinas de português e matemática: linguagem oral, leitura, produção de correspondências (bilhetes, cartas ou ofícios), ortografia, multiplicação e divisão de números naturais e geometria gráfica. Em seguida, desenvolveram um plano de aula a partir desse conteúdo, numa perspectiva interdisciplinar, abordada no texto de referência.
Durante a Formação foi realizado o Seminário Estadual de Práticas Alfabetizadoras, que contou com a participação de seis monitoras, três de cada núcleo, no qual foi selecionada uma prática a ser apresentada no Seminário Nacional no mês de outubro, em Porto Alegre.
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