Encontro de Educandos e Educandas do Polo Sergipe

Educandosemonitores E.E.Educ.14Com o tema “Educação de Jovens e Adultos enquanto um direito humano”, o Encontro Estadual de Educandos traduziu os anseios e reflexões dos educandos sergipanos a cerca da cidadania, continuidade no processo educacional, sustentabilidade socioambiental e formação profissional.

Neste 4º Encontro foi priorizada a qualificação das propostas elaboradas nos Encontros Regionais, que ocorreram nos núcleos de Águas de Sergipe Baixo, Futuro em Nossas mãos, Transformando Vidas e Nova Esperança.

Profª Ranuzia Pereira -FPEJASE Mesaabertura E.E.Educ

Mesa de abertura, no microfone a professora Ranuzia Pereira

A mesa de abertura foi composta pela representante do Fórum Permanente de EJA em Sergipe, professora Ranuzia Pereira; representante da Comissão de Direitos Humanos/OAB, doutor Luan Maynard; articulador social, Genivaldo Santos (Vadinho); coordenadora pedagógica nacional, Mariana Galvão; representante dos coordenadores locais, Graciele Lelis; representante dos monitores, Greice Kelly dos Santos; coordenador do Polo Sergipe, Anderson dos Santos e pelos educandos Maria Genice da Silva (turma Gameleiro/Laranjeiras); Marileide Figueiredo (Povoado Timbó/São Cristovão) e Laerte Matias Batista (Brejo Grande).

Circulodecult. E.E

Círculo de Cultura

Circulo de Cultura

Círculo de Cultura

Durante o Encontro foram desenvolvidos quatro Círculos de Cultura com os temas “Cidadania, Participação/EJA”, “Formação Profissional”, “EJA e Sustentabilidade Socioambiental” e “EJA e Continuidade”, nos quais os educandos puderam maturar as propostas dos Encontros Regionais e também sugerir novas propostas a fim de levar ao conhecimento de organizações ligadas à EJA e ao próprio Projeto:

  • Levar a EJA nas comunidades onde não há;
  • Criar horários alternativos nas turmas de EJA;
  • Agilizar a matrícula daqueles que estiverem aptos;
  • Espaços alternativos para EJA (como os que existem no Projeto MOVA-Brasil);
  • Discussão com as diretorias das escolas da rede pública sobre a metodologia;
  • Parceiros e o polo busquem, desde o início, cursos profissionalizantes, como cursos na área de preservação ambiental; cursos de culinária para melhorar a qualidade do que já se produz nas comunidades; cursos para artesãos e artesãs;
  • Cursos profissionalizantes ofertados à noite, de maneira que não atrapalhem as aulas (exemplo: somente nas sextas-feiras);
  • Contribuir para a participação e atuação nos conselhos municipais;
  • Criação de associações voltadas para a fiscalização dos governos;
  • Formar parcerias com órgãos como IBAMA, Ministério Publico…
  • Mobilização em favor da aprovação do decreto 8.243/2014, que institui a política nacional de participação social, abaixo-assinados em nível local e estadual;
  • Regularização da coleta de lixo e limpeza de nascentes e espaços públicos a partir de mutirões;
  • Criação de fábricas e cooperativas de catadores (com treinamentos para realizar um trabalho de forma segura e digna);
  • Realizar campanhas e mobilizações para educar e sensibilizar sobre o consumo consciente, descarte do lixo e coleta seletiva;
  • Realização de Feiras Solidárias para estimular a comercialização de produtos dos educandos e iniciativas de economia solidária e sustentável.

O Encontro foi bem avaliado pelos participantes que se envolveram efetivamente com as atividades pedagógicas e lúdicas, como a árvore dos sonhos, nas quais os educandos falaram sobre suas expectativas diante da EJA e as apresentações culturais do Forró de Seu Alves (formado por Seu Alves, Seu Juraci e Seu Pirrita) e do Forró do São Gonçalo (Mussuca Laranjeiras – gentilmente disponibilizados pela prefeitura de Laranjeiras).

Janice de Souza deu um depoimento emocionante ao falar que não pode estudar por conta da situação de pobreza de sua família, a qual obrigou a começar a trabalhar muito cedo. Ela contou que já sabia escrever o próprio nome e algumas letras do alfabeto, mas “foi há oito meses e meio que tive a oportunidade de entrar numa sala de aula, que foi no MOVA-Brasil” onde aprendeu a ler, escrever e superar desafios, como por exemplo, se deslocar de ônibus e fazer compras no supermercado, atividades em que dependia do marido. “Hoje eu consigo ler tudo que tá ali, e digo pra vocês, digo o preço. E quando chegava a fatura do Gêbarbosa e do Banese, eu não sabia o que estava escrito, hoje essa dificuldade não está mais existindo”.

Lucila Pereira diz que o Encontro “foi um momento muito significativo. Presenciar uma mistura de alegria com a simplicidade de educandos, desperta uma energia positiva que vai além de você realizar um trabalho, mas de contribuir para a realização de sonhos que aos nossos olhos são tão singelos”.


O Encontro foi realizado no Clube de Empregados da Petrobras (CEPE), no bairro de Atalaia, em Aracaju, e contou com a participação de 100 pessoas, dentre elas, 43 educandos.


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