Na semana de 24 a 28 de agosto a coordenadora pedagógica nacional, Mariana Galvão, realizou acompanhamento presencial ao polo Alagoas. Durante o período, participou da I Formação Continuada Geral e fez visitas a turmas nos municípios de São Luiz do Quitunde e Flexeiras.
A I Formação Continuada Geral foi realizada em Maceió, no Recanto Coração de Jesus, e teve a participação dos 45 monitores e dos 3 coordenadores locais que compõem o polo nesta etapa. Foram garantidos momentos pedagógicos, com a realização de oficinas sobre etnomatemática, escrita, leitura e oralidade, além de orientações sobre ações previstas nesta etapa, como o Seminário de Práticas; o Encontro Estadual de Educandos e a socialização do PEPP dos núcleos.
Essa Formação trouxe aos trabalhadores a importância da dimensão política no Projeto, na medida em que a alfabetização precisa estar atrelada ao processo de conscientização e libertação dos educandos e monitores. Para isso, a equipe do polo contou com José Roberto da Silva, liderança do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que fez uma análise da conjuntura política atual.
O encontro teve também a contribuição de Rosário de Fátima da Silva (educadora e militante do Fórum de EJA), que mediou um debate sobre a diversidade religiosa no contexto da sala de aula; e Maria do Socorro dos Santos, do IFAL (Instituto Federal de Alagoas), que falou sobre o tema “A EJA, o trabalho e a formação profissional”, momento de apropriação de questões referentes à formação profissional em uma perspectiva emancipatória.
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Ainda na manhã deste dia realizou-se um momento de nutrição cultural, com a degustação de produções de educandas das turmas de São Luiz do Quitunde e Flexeiras que estão realizando o curso de beneficiamento da macaxeira, principal produto dos assentamentos do litoral norte do estado. Uma diversidade de quase 80 tipos de doces e salgados serão ensinados no curso, oferecido a partir da parceria do MOVA-Brasil com a Organização das Cooperativas Brasileiras do Estado de Alagoas (OCB-AL) e SEBRAE de Alagoas, que está financiando os cursos de associativismo e empreendedorismo.
A Formação contou ainda com a participação de uma grande parceira do Projeto no Estado, Evanya Maria Maciel (coordenadora de Comunicação e Sistema de Informações da Petrobras-AL). Em sua fala, Evanya destacou sua paixão pelo trabalho e a árdua – mas prazerosa – tarefa de transformação social em que todos estão envolvidos.
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Na quinta-feira (27 de agosto), a equipe do polo e a coordenadora nacional visitaram turmas em assentamentos e na cidade, na região do litoral norte do estado. No assentamento João Pedro Teixeira e no Alto da COHAB pôde-se observar turmas com 17 e 14 educandos respectivamente, e foram vivenciadas aulas contextualizadas e educandos muito comprometidos com o seu processo de alfabetização, pois apesar das chuvas e de haver muita lama nas estradas, as turmas visitadas tinham ótima frequência.
Na sexta-feira (28 de agosto), a assistente pedagógica Bethânia Araújo e a coordenadora nacional, Mariana Galvão, realizaram uma reunião com as monitoras, os educandos, comunidade e parceiro local envolvidos com as 4 turmas do município de União dos Palmares. A reunião foi realizada no Quilombo Muquém, que possui duas turmas do Projeto MOVA-Brasil (além de duas turmas na sede). A reunião foi realizada a partir dos Temas Geradores “Meio Ambiente”, “Cultura”, “Infraestrutura” e “Políticas Públicas”, com o objetivo de envolver os parceiros locais na realização do Plano de Mobilização e Intervenção Social, que pretende enfrentar coletivamente as situações significativas identificadas na Leitura do Mundo.
O Sr. Aldo Delmiro Nunes, presidente da Associação Remanescente Quilombola Sítio Muquém, afirmou que o MOVA-Brasil tem levado a comunidade a refletir e se mobilizar pela garantia dos seus direitos:
“A primeira coisa foi a própria vinda do MOVA para cá, pois o poder público, a Secretaria de Educação daqui não queria, não deram apoio nenhum. De lá pra cá, a comunidade já fez a leitura do mundo, já fizeram a Festa Cidadã e hoje, com a presença de vocês aqui, é mais um incentivo de que a gente precisa seguir na luta e, principalmente, que nós não estamos sozinhos”.
Nessa visita foram tirados alguns encaminhamentos, como dar subsídio teórico e orientação às monitoras sobre as formas de fortalecer a luta quilombola; buscar cursos de formação profissional relacionados às demandas do local (como a comercialização de produtos do artesanato da comunidade) e fortalecer a questão da continuidade da escolarização dos educandos na EJA na própria comunidade, após o término do Projeto. Esperamos que a força ancestral dos quilombolas que habitaram a Serra da Barriga continue movendo a comunidade do Muquém na luta pela conquista dos seus direitos.
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