Mais uma página na história do MOVA-Brasil

Por Ana Luísa Vieira

Lançamento do livro sobre os dez anos do Projeto reúne colaboradores e convidados em São Paulo

Mova

Representantes do Instituto Paulo Freire, da Petrobras e da Federação Única dos Petroleiros

Uma celebração em homenagem ao legado do educador Paulo Freire. Assim foi a noite da terça-feira, 29 de abril, com o lançamento do livro MOVA-Brasil 10 anos: Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos. O encontro, realizado na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, reuniu autores da publicação, representantes do Instituto Paulo Freire (IPF), da Petrobras e da Federação Única dos Petroleiros (FUP), além de convidados, a fim de comemorar a história de combate ao analfabetismo desenvolvida a partir do Projeto MOVA-Brasil.

“Sinto-me muito feliz em participar desse coletivo”, afirmou Moacir Gadotti, presidente de honra do IPF e organizador do livro, ao agradecer a todos os participantes da publicação. A mesa de debate foi composta também pela professora Ângela Antunes, diretora pedagógica do IPF; pelo gerente executivo de Responsabilidade Social da Petrobras, Armando Ramos Tripodi; e pelo articulador social do Polo Pernambuco/Paraíba, Luiz Lourenzon, da FUP. O poeta, cordelista e escritor cearense Costa Senna conduziu a abertura do encontro.

A parceria é o grande diferencial

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Moacir Gadotti

Gadotti relembrou os primeiros passos do Projeto MOVA-Brasil, resultado da parceria entre IPF, FUP e Petrobras. Em 2001, durante encontro entre representantes das três esferas no Fórum Social Mundial, foi tomada a decisão de se retomar a metodologia de Paulo Freire e espalhá-la para o País inteiro. O Projeto iniciado em 2003, segundo Gadotti, “ultrapassa a causa corporativa e preza pelo diálogo comum entre empresa e sindicato, lutando por uma sociedade mais justa e democrática”.

O resultado é grandioso. Nestes dez anos, 246.571 brasileiros foram alfabetizados pelo Projeto, que também formou mais de 10 mil alfabetizadores em 11 estados, com o aporte de cerca de 5 mil parceiros locais (clique aqui para assistir a uma entrevista com Alessandra Rodrigues, coordenadora da área de Educação de Adultos, sobre o tema). Neste ano, o Projeto também será desenvolvido no Maranhão.

O livro não tem finalidade comercial. “Temos de promover a causa por meio dele. É o que nos une aqui”, explicou Gadotti, citando os 50 anos do Programa Nacional de Alfabetização (PNA), criado por Paulo Freire em 1964 e extinto pela ditadura civil militar. De acordo com Gadotti, a missão é resgatar uma política de educação emancipadora e popular. “A melhor homenagem que se pode fazer a Paulo Freire é eliminar, de vez, o analfabetismo no País”, declarou.

 Educar para a cidadania

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Armando Tripodi

O gerente executivo de Responsabilidade Social da Petrobras, Armando Tripodi, ressaltou os resultados práticos da iniciativa. “O objetivo final do Projeto é transformar a vida das pessoas, é torná-las cidadãs. O MOVA-Brasil tem isso em sua essência: 246.571 brasileiros e brasileiras se transformaram nestes 10 anos”, atestou.

“A celebração de hoje é a da luta de muitas pessoas espalhadas pelo País”, destacou a professora Ângela Antunes, diretora pedagógica do IPF e mediadora do círculo de diálogo. Ângela também agradeceu a presença de Lutgardes Freire, filho de Paulo Freire. “No próximo dia 2, celebraremos a memória e a presença de Paulo Freire e de tantos outros que sonham com um Brasil mais justo”, acrescentou, referindo-se ao aniversário de 17 anos da morte do educador.

Aprendizado e libertação

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Luiz Lourenzon

O articular social Luiz Lourenzon leu uma carta do dirigente sindical e representante da FUP no Comitê Gestor, José Genivaldo da Silva, que não pôde comparecer ao evento. “Há dez anos, nós – as três entidades aqui representadas – sonhamos e conseguimos materializar o nosso sonho, que é o de contribuir para a eliminação do analfabetismo no Brasil”.

Para Lourenzon, “lutar por um outro mundo é lutar pelos direitos fundamentais das pessoas”. “Todos nós temos direitos e deveres. Mas, na prática, o analfabeto só tem deveres”, disse, lembrando que o Projeto alcança áreas com sérias dificuldades e carências. São lugares esquecidos, onde o poder público não chega.

Os desafios enfrentados pelos articuladores sociais, porém, são superados tão logo começam as aulas: “É como se o projeto tirasse a escuridão daquelas pessoas. O MOVA-Brasil promove aprendizado e libertação”.

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