No mês de outubro, o Polo Maranhão está realizando uma campanha nos dois núcleos de alfabetização, para conscientizar os educandos e a comunidade sobre a importância da qualidade da água, como meio de prevenção às doenças transmitidas por veiculação hídrica e por vetores da água.
Desde o início, o polo começou a trabalhar vários temas geradores como educação, política, moradia, comunidades tradicionais, saúde da mulher e água.
No Núcleo Timon, o tema água trouxe à tona uma realidade vivida pelas famílias urbanas e rurais, que é o descaso do poder público, também relacionado ao saneamento básico. Timon é a quarta maior cidade do Maranhão, porém, cerca de 90% da sua população não têm saneamento. Isso retrata a realidade do estado, com 95% das residências sem esse serviço.
Segundo o coordenador do Núcleo Timon, Evanilson Maia, a comunidade de Piranhas, situada próxima à sede, na qual funcionam duas turmas de alfabetização e vive cerca de 250 famílias, o descaso é ainda pior. A comunidade não oferece nenhum tipo de política de saneamento, existe apenas um poço tubular e um chafariz para atender toda a comunidade. Os relatos dos moradores mostram que, além de muitos adoecerem por falta do tratamento da água, quando a bomba de água quebra, os moradores são obrigados a consumir a água do rio Parnaíba, que é contaminada pelos esgotos sem tratamento de Timon e Teresina.
No Núcleo Parnarama, a situação é ainda mais grave. Existem comunidades que passam de três a cinco meses sem acesso a água nas residências, devido à falta de manutenção e ampliação dos poços. A realidade é de extrema calamidade. Tanto nos bairros, como nas comunidades é comum ver pessoas carregando água em baldes, carrinhos de mão, até mesmos as crianças fazem este trabalho.
A coordenadora local do Núcleo Parnarama, Maria Gonçalves, testemunhou vários relatos de pessoas contaminadas por doenças relacionadas com a água. Em visita à turma da comunidade Brejo de São Félix, a monitora Maria José Costa e Silva e os educandos relataram que a comunidade teve um surto de hepatite A.
Em virtude dos problemas encontrados, as turmas do Núcleo Parnarama realizaram um abaixo assinado com todas as comunidades atingidas pela falta de água e/ou sua contaminação, reivindicando a solução dos problemas.
Diante dessa realidade, o Polo Maranhão realizará uma oficina para discutir sobre como tratar a água e evitar possíveis doenças causadas pela sua contaminação, além de conscientizar as famílias sobre a importância de construir um filtro artesanal utilizando materiais reciclados, que diminuirá o custo da compra do filtro e assim evitara o risco de doenças.
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